terça-feira, julho 25

Como é que se faz isso?

Fonte : Revista Seleções
Data : Março de 1982
Autores : Caroline Sutton e Duncan M. Anderson

Alguma vez você já quis saber como se faz pasta de dentes com riscas, ou como se consegue meter a grafita num lápis? Então, vá lendo.

Como é que os mágicos fingem serrar uma mulher ao meio?
O sucesso deste truque está na ilusão óptica de ver uma mulher estendida ao comprido dentro de um caixão em cima de uma mesa. Seus pés e sua cabeça sobressaem por buracos nas extremidades desse caixão que o mágico começa então a serrar ao meio. As duas metades são depois separadas, e a gente não consegue ver o interior porque diante dos lados cortados desceram duas chapas metálicas. Então, as metades são reunidas, e, milagrosamente, a mulher está lá inteirinha da silva.
Um dos métodos utilizados para criar esta ilusão envolve duas mulheres. No momento em que trazem os acessórios para o palco, já há uma mulher escondida na mesa. Enquanto a auxiliar de palco vai para dentro do caixão, a outra, ainda oculta, também entra nele através de um alçapão na mesa, e projeta os seus pés para fora do caixão. Ela dobra-se, metendo a cabeça entre os joelhos, enquanto a outra junta os joelhos ao queixo. Por conseguinte, fica um espaço vazio no curso da serra.

Como é feito o café instantâneo?
Primeiro a fábrica côa enormes quantidades de café, uns 900kg de uma vez, extraindo os componentes solúveis. O líquido do café depois passa através de tubos em que pressão e temperatura altas produzem um extrato de café concentrado. O café está agora preparado para secar, utilizando-se um de dois processos.
Para café instantâneo em pó, o extrato é seco em ar aquecido a 260ºc. depois de a água evaporar, resta o café instantâneo em finos grãos. Por fim o café é levemente umedecido de novo, para se produzirem grânulos capazes de se dissolverem mais facilmente em água quente. O café fica então pronto para ser conservado em vidros.
No processo de liofilização, o extrato de café é congelado, quebrado em grânulos e posto num secador a vácuo. Neste meio, a água congelada transforma-se transforma-se diretamente em vapor, que é depois retirado. Os grãos solidificados dissolvem-se em água quente, dando rapidamente o chamado café instantâneo.

Como é que eles conseguem meter a grafita num lápis?
É que os lápis são constituídos por dois bocados de madeira colados juntos, com a grafita no centro. As juntas ficam invisíveis.

Como é que as cápsulas de remédios que se dissolvem dentro do organismo “sabem” o momento próprio de começar a dissolver-se ( no estômago ou no intestino, por exemplo?
A técnica foi inspirada pelos pequenos confeitos utilizados em pastelaria decorativa. Cada uma dessas cápsulas medicamentosas de dissolução retardada é formada por 300 a 900 pílulas minúsculas, e cada uma destas, por sua vez, tem um núcleo de açúcar e amido. Milhões destes núcleos são colocados em grandes tambores que fazem lembrar misturadores de concreto. À medida que o tambor vai rodando, o remédio é adicionado, e vai sendo distribuído uniformemente sobre o núcleo. Uma camada serosa exterior é aplicada pelo mesmo processo. As bolinhas em diferentes tambores recebem quantidades também diferentes dessa camada serosa, para que algumas cápsulas se dissolvam quase imediatamente e libertem o remédio, e outras demorem mais ( chegam a levar mais de 12 horas ), enquanto o aparelho digestivo vai dissolvendo a camada de cera.

Como é que se obtém riscas coloridas numa pasta dentifrícia?
Um pequeno tubo com ranhuras longitudinais é ligado ao gargalo da bisnaga, prolongando-se um pouco para o interior. Uma pasta vermelhar ( ou seja, a risca ) é inserida nesse tubo. Quando a gente aperta a bisnaga, a pasta branca empurra a vermelha, que se encontra na parte superior, e esta, saindo pelas ranhuras, junta-se à branca.... É assim que a pasta fica riscadinha.

Como é feito o fogo de artifício?
Muitos dos artefatos de fogos de artifício são feitos de nitrato de potássio ( salitre ), enxofre e carvão moído muito fino. Outros contém perclorato de potássio, magnésio, alumínio e sais de antimônio.
O que produz a explosão é pólvora negra; os tons vermelhos, verdes, azuis e amarelos resultam de composições de nitrato de estrôncio, nitrato de bário, óxido de cobre e sais de sódio.
Os diversos desenhos criados pelos fogos de artifício no céu são determinados pelas variações na composição e no invólucro. O desenho luminoso de um repuxo, por exemplo, resulta de uma carga de enxofre, salitre e carvão, que solta chispas independentemente ou em combinação com limalha metálica; as “estrelinhas” consistem em várias combinações de compostos químicos que ardem em cores durante alguns segundos, depois que a explosão de pólvora os impele em direção ao céu; as chamadas pistolas ou valverdes são criadas pela repetição de camadas de pólvora, uma espoleta retardada e estrelinhas; os foguetes tem uma “cabeça” que é um invólucro cilíndrico muito bem atacado com pólvora e estrelinhas. Uma carga propulsora envia os foguetes para os ares, e a seguir inflama as estrelinhas. Nas rodinhas pirotécnicas, há uma abertura na extremidade de cada tubo, e um eixo central, em volta do qual elas giram. Outros tipos de fogos de artifício, como os cartuchos grandes cheios de estrelinhas, contém no interior um ou mais cartuchos menores, que encerram estrelinhas e que produzem explosões sucessivas.

Como é que uma garrafa térmica conserva os líquidos quentes ou frios?
As garrafas térmicas são feitas de modo a reduzir as trocas de calor entre o interior e o exterior, o que se consegue bloqueando as três formas pelas quais o calor se propaga: a condução, a convecção e a radiação. Estas garrafas tem no interior uma cápsula de vidro de paredes duplas. Utiliza-se o vidro por ser mau condutor de calor. Entre as duas paredes de vidro existe um vácuo quase perfeito: isto limita a possibilidade de o calor escapar, ou de penetrar na garrafa térmica através de convecção. Todavia, como o calor se pode propagar pelo vácuo através de radiação, as superfícies confinantes das paredes interior e exterior levam uma camada de uma solução de prata, que reflete as ondas de calor, não as absorvendo.

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