segunda-feira, novembro 6

A união faz a força

Fonte : Revista Seleções
Data : Dezembro de 2004
Autor : Hal Karp

No dia seguinte ao Natal do ano passado, o trânsito fluía bem na Cedar Avenue, uma das vias principais, de quatro faixas, em Fresno, Califórnia. De repente, uma caminhonete branca bateu na barreira divisória das pistas e se lançou no ar, voando sobre a mureta com uma cambalhota. Segundos depois, um estrondo encheu as ruas silenciosas, quando a caminhonete desabou no chão, a dianteira dobrando-se como papel alumínio.
Bob e Grace Hatmaker haviam acabado de passar naquele exato local. Olharam para trás e viram o veículo ainda em movimento, girando de lado pela estrada, soltando fragmentos de vidro e metal. Por fim, ao bater na calçada oposta e derrubar um poste, a caminhonete parou. Grace, enfermeira havia 30 anos, abriu sua porta.
Logo atrás da caminhonete vinham Hung e Nhung Nguyen. Marido e mulher fizeram o primeiro retorno e pararam perto do local do acidente. Caída sobre o lado do motorista, a caminhonete – cheia de equipamentos para limpeza de tapetes e tanques de água – chiavam no ar frio e úmido.
A uns 20 metros dali, por trás de uma cerca e de um quintal, Jordan Thomson, 18 anos, sua irmã, Heather, 16, e o primo deles, Scott Beatty, 13, desfrutavam uma ceia de Natal tardia com os avós. De repente, a mesa estremeceu e o estrondo da batida invadiu a casa. Jordan correu para o jardim e ouviu um homem gritar: “Socorro! Tirem-me daqui!”
“Chame a ambulância”, gritou o adolescente aos avós, antes de pular a cerca. Heather e Scott o seguiram.
Correndo em direção ao acidente, viram de onde vinham os gritos: Jim Tracy, o rosto coberto de sangue, tentava sair do veículo pelo pára-brisa estilhaçado.
Yvette Crozier-Matula e Michael Matula, que também tinham testemunhado a batida, socorreram-no quando ele desmaiou na calçada. As pessoas ficaram aliviadas, pensando que o sobrevivente fosse o motorista.
Mas Grace Hatmaker, parada junto à frente da caminhonete, olhou para baixo e descobriu a realidade. Ali debaixo, coberto de vidro, estava o verdadeiro motorista, preso pelo veículo do peito para baixo. Inclinada – metade sobre a calçada, metade fora dela -, a caminhonete apoiava seu peso no corpo do homem.
“Tem alguém ali debaixo!”, gritou Grace. O marido dela, Bob, afastou o vidro. Zoe Anne Pope, que acabara de chegar ao local, ajudou. Em segundos, todos o viram: Jonathan Stewart, 35 anos, jazia lívido e imóvel. Embora tivesse os olhos abertos, não se via nenhum sinal de vida.
Grace se ajoelhou e pôs a mão no pescoço de Jonathan. “Ele não tem batimento cardíaco”, disse. “Também não está respirando.” A caminhonete o está esmagando, pensou ela. Virando-se para as pessoas aglomeradas, pediu: “Temos que aliviar o peso!”
Bob Hatmaker se adiantou e pôs as duas mãos no capô da caminhonete. O marido de Zoe Anne Roy, um pastor, e a filha do casal, Hillary, imitaram-no. Michael Matula, Jordan e Heather Thomson, e Scott Beatty também se posicionaram. Todos começaram a empurrar juntos. Mas a caminhonete não se mexia.
Zoe Anne se ajoelhou de frente para Grace e começou a rezar o pai nosso. Grace a acompanhou. Em poucos segundos, a caminhonete começou a levantar. Várias outras pessoas – entre elas Wendell Gentry e Hung e Nhung Nguyen – puseram as mão no veículo e empurraram. A caminhonete levantou ainda mais.
“Seja feita a Vossa vontade”, diziam Grace e Zoe Anne e, enquanto a oração prosseguia, Jonathan começou a respirar, com arquejos entrecortados, e seu pulso retornou.
“Ele está respirando!”, animou-se Grace. “Continuem!”
Mas a caminhonete, agora soltando água espumosa, não se mexia mais. Heather pegou um pedaço do poste caído e tentou usa-lo como alavanca para suspender a traseira do veiculo. Ao ver a irmã, Jordan gritou: “Heather, traga isso para cá!”
Enfiando o poste debaixo do automóvel, Jordan e outros empurraram com toda a força. Embora tivessem de lutar para não deixar o poste derrapar no pavimento molhado, a caminhonete se ergueu mais uns 30 centímetros.
O capitão Lionel McPeters, do Corpo de Bombeiros foi um dos primeiros integrantes da equipe de emergência a chegar ao local. Aprenderam a não usar civis destreinados em resgates, mas logo se deu conta de que aquelas pessoas haviam acabado de salvar a vida de um homem. “Segurem firme”, disse ele ao grupo.
Os profissionais de salvamento levaram dez minutos para libertar Stewart. Por fim, McPeters pediu aos civis que soltassem o veículo e a caminhonete tombou com um rangido.
No todo, eles haviam levantado o veículo cerca de 45 centímetros do chão, mantendo-o suspenso durante 20 minutos, ou mais. Instantes depois, a maioria dos bons samaritanos havia partido.
Jonathan Stewart teve a aorta rompida, o pulmão perfurado e mais de uma dezena de ossos quebrados, inclusive o crânio e várias vértebras. Apesar disso, sobreviveria, graças a um grupo de estranhos que naquele dia parou para lhe dar um presente de Natal atrasado: sua vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

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