terça-feira, julho 24

Tudo o que você finge saber

Fonte : Revista Seleções
Data : Setembro de 1997
Autora : Lynette Padwa

...e tem medo de que alguém pergunte.

A civilização do século 20 partiu-se em incontáveis áreas de especialização. Só um gênio acompanharia os últimos jargões, avanços científicos e referências culturais. Por exemplo, você sabe a diferença entre um gourmet e um gourmand? Sabe onde é a terra de ninguém? Nenhum destes termos é obscuro; na verdade, você provavelmente já os usou sem saber o significado.
Bem, pode relaxar. Aqui estão os fatos de que precisa saber para manter a cabeça erguida num jantar, entender os noticiários e explicar uma ou duas coisas a seu sobrinho de 12 anos – ou pelo menos compreende-lo, quando ele explicar algo para você.

Qual a diferença entre um gourmet e um gourmand?
Discrição. Requinte. Paladar. Conhecimento. Em poucas palavras, gourmet é um conhecedor de pratos e vinhos finos; gourmand é quase um glutão. O dicionário Webster gentilmente define um gourmand como “alguém que gosta demasiadamente de comer e beber”. Como Henrique VIII, John Belushi, Marlon Brando.

Por que liberais são de “esquerda” e conservadores de “direita”?
Em 1º de outubro de 1791, a primeira legislatura francesa reuniu-se após a Revolução. A assembléia estava lotada por 745 membros. Os liberais ou radicais ficaram sentados à esquerda do orador, e os conservadores, à direita. Os termos “asa esquerda” e “asa direita” ainda são usados no mundo inteiro para denotar as duas correntes políticas, liberalismo e conservadorismo.

O que é medida draconiana?
Se é ríspido, brutal ou severo demais para as circunstâncias, um ato é considerado draconiano. O Draco original foi um legislador de Atenas, no século 7 AC. Publicou as primeiras leis escritas da Grécia, e é considerado responsável pela rigidez de tais leis, embora não as tenha criado; eram costumes que os gregos seguiam há anos.
Uma vez escritas as regras, muitos gregos ficaram estarrecidos ao ver o quanto eram injustas. Pequenos furtos eram punidos com a morte, e se um homem não pudesse pagar as dívidas, tornava-se escravo. Finalmente, os gregos expulsaram Draco e “suas leis”, cancelaram as dívidas, libertaram os escravos e criaram regras civis mais tolerantes.

Onde é a terra de ninguém?
Na Idade Média, a terra de ninguém ficava ao norte de Londres, onde eram jogados os corpos dos criminosos. Como até os crimes pequenos eram punidos com a morte, havia muitos corpos – enforcados, decapitados, empalados – para servir de alerta.
Depois, construiu-se um cadafalso dentro da cidade. Os anos passaram, toda a terra ao redor de Londres foi colonizada e os campos cultivados – exceto os antigos terrenos de execução, que não foram reivindicados por ninguém. Terra de ninguém foi o termo usado para descrever a área, sendo mais tarde, por volta de 1900, empregado no jargão militar.

Os Três Mosqueteiros realmente existiram?
Só na mente de Alexandre Dumas. Ele escreveu o romance Os Três Mosqueteiros em 1844. o cenário é a França do século 17, e os mosqueteiros – Athos, Porthos e Aramis – são esgrimistas que servem ao rei, Richelieu em seu plano para prejudicar a família real. A confusão sobre serem ou não reais surge porque Luis XIII e Richelieu de fato existiram. Mas, como muitos autores, Dumas usou figuras históricas para realçar seus personagens de ficção.

O que torna uma virgem vestal?
O termo virgem vestal invoca imagens da virgem suprema. Ela provavelmente realizaria seus secretos rituais de purificação durante os serviços vespertinos, o que significa que deve ser católica.
Não exatamente. Na verdade, as virgens vestais já existiam antes do nascimento de Cristo. Vesta, deusa romana que as virgens honravam, era a filha mais velha de Saturno. Nunca se casou, mas dedicou-se à família e ao lar. Transformou-se na matriarca, comandando um templo circular no centro de Roma. As virgens eram sacerdotisas que zelavam por uma chama sagrada ardendo no templo de Vesta.

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