segunda-feira, maio 8

Palavras que nos mudam a vida

Fonte : Revista Seleções
Data : Junho de 1995
Autor : Nartha Dunagin Saunders

As mensagens mais importantes que os seres humanos transmitem una aos outros são geralmente compostas por poucas palavras. Veja-se o caso de expressões como: “eu te amo”, “é de graça” ou “ e para terminar”.
Uma das que considero mais proveitosa é: “conte comigo”.
Conte comigo... Se um dia você já teve de chamar o encanador num fim de semana ou utilizar suas últimas moedas para telefonar a um amigo porque seu carro quebrou no meio da estrada, saberá o alívio que expressões como esta podem proporcionar.
“Vovó, a cerimônia da minha entrega de diplomas será em junho.” “Ah, conte comigo!”
“Mamãe, o bebê não pára de chorar de noite e, se eu não durmo um pouco, vou cair dura!” “Conte comigo!”
uma pessoa com quem se pode realmente contar é a rainha-mãe de Inglaterra, Elizabeth. Durante os bombardeios de Londres em 1940, perguntaram-lhe se as duas princesinhas, Elizabeth e Margaret Rose, iriam sair do país por razões de segurança. Resposta:
“As crianças não irão enquanto eu não for. Quanto a mim, não irei se o pai delas não sair, e , aconteça o que acontecer, o rei jamais abandonará seu país.”
Podem contar comigo!
Outra pequena mas importante expressão é uma das mais difíceis de aprender a dizer. No meu caso foi: “Talvez você tenha razão.”
Se mais pessoas a disserem, os conselheiros matrimoniais estariam no desemprego. Sei por experiência própria que ela pode ter o efeito de tranqüilizar uma discussão. Quando nos empenhamos tanto em fazer prevalecer nossa opinião que nos recusamos a ceder um só ponto que seja, estamos apenas nos prejudicando.
Já devo ter ouvido a expressão seguinte umas mil vezes quando era pequena e me via numa situação de escolha difícil. Virando-me para a minha babá, eu lhe perguntava o que fazer: “Faça o que seu coração mandar.”
“O que o coração me mandar?”, resmungava eu. “Que significa isso? Preciso de um conselho. Preciso que você me diga o que fazer.”
Ela se limitava a sorria e retorquia: “O que o coração mandar, querida. Faça o que seu coração mandar.”
Mas eu era uma criança autoritária. Punha a mão nas cadeiras e insistia: “Pode ser, mas meu coração não fala.”
“Então, aprenda a ouvi-lo”, sugeria ela.
Os outros podem nos aconselhar, mas na maioria dos casos nenhum deles aceitará responsabilidades pelos nossos erros. Temos de ser nós a fazer nossas próprias opções, e é aí que precisamos ouvir para fazer o que o coração mandar.
Os psicólogos chamam a isso “virada para dentro de si”, enquanto para os líderes espirituais trata-se de uma “virada para um ponto mais alto”. Seja o que for que lhe chamemos, temos sempre a capacidade de encontrar as respostas certas para nossa vida. É um dom poderoso, mas é necessário aprender a utilizá-lo.
Foi preciso muito tempo, mas aprendi que nosso destino não vem traçado: até certo ponto, é uma página em branco. Podemos ter um esboço daquilo a que chegaremos, mas não é possível atingi-lo se não tomarmos algumas decisões difíceis. Para esse fim, estas palavras simples mas profundas poderão nos ajudar:

Conte comigo.
Talvez você tenha razão.
Faça o que o coração mandar.

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